quinta-feira, 19 de junho de 2008

Dormir

4:30 a levantar-me!!! Uma grande salva de palmas para as insónias. Tinham de chegar: que compinchas de regalo me saíram. Realmente se há higiene de sono, tenho sido um porco acima da média. E o que tens hoje é o fruto de ontem. Também com a cabeça cheia, não devo andar com muito espaço para dormir....enfim, ia para sair mais alguma coisa mas fico por aqui. Se normalmente acordo a grunhir, então hoje é o verdadeiro killer instinct.

domingo, 15 de junho de 2008

Ter unhas?

Na vida de um estudante de Medicina, as unhas são das coisas mais engraçadas de que me posso lembrar. Desde cedo, começamos a ter a percepção que aquelas coisas rosadas (ou até multicolor, dependendo dos gostos) falam connosco. As linhas, as manchas, as curvaturas, as cores contam uma história - um registo das indiscrições do nosso organismo aquando de dias, meses ou anos menos bons. Acho-lhes piada. Se nos lembrarmos que o arranjo das unhas e mãos consta e constou das características sexuais com mais je ne sais quoi (!!!!), começamos a jogar com aquela velha associação entre atracção sexual e selecção de parceiro pela sua saúde e consequente capacidade de dar um bom contributo genético à próxima geração.

Além disto, mais piada tem ainda a malta que toca guitarra e é estudante de Medicina. Contextualizando, das primeiras coisas que ouvi em Semiótica foi: "tenham as unhas cortadas, é para palpar , não para arranhar e não se fazem colheitas de sangue com as unhas". :-) Para além do "pormenor" do bem-estar dos pacientes, aparecem outras situações bem mais constrangedoras. Passados uns aninhos, em cirurgia, o meu assistente repete a lengalenga mas com pormenores mais sórdidos - "e o toque rectal? Vão andar a fazê-lo com unhas afiadinhas?". Seguiu-se a descrição do incidente previsível que curiosamente já tinha sucedido com a personagem em questão. Não há nada como errar através da experiência dos outros - já me livrei de uma tarde em frente à bacia a esfregar vigorosamente o meu indicador com escova e lixívia.

E quem toca guitarra? Que pense bem na expressão"ter unhas" !

Janelas

Inconstância. Breve. Irregular. Curto. Tudo que nos recorda de alguma coisa que podia ser mais do que é, dar mais do que dá, ser mais constante e duradouro do que é.

Tudo tem um fim e é ele que ajuda a definir o início. É o que se faz durante que interessa.

Isto surge acerca da minha teima em não fazer as coisas de forma regular. E a auto-crítica omnipresente não perdoa. Lembro-me do que tantas vezes digo acerca de tanta coisa: se sentes falta de alguma coisa, saudades é porque já tiveste. Lembra-te sempre disso. De uma forma pouco linear, posso levar isto para a apreciação daquilo que é éfemero, irregular, incerto. Enquanto lá está, é lindo, é de ser fruído e sugado para acrescentar algo mais a este jogo de cabeçadas que é a vida. Uma forma de minimizar ou até aprender a apreciar um defeito?

Fim? e início

Aprendo pouco. Se há conclusão a que chego depois de duas dúzias de anos cá passados, é que aprendo pouco. Faço ainda menos. E se dizem que do que nos arrependemos mais quando morremos é o daquilo não fazemos, então vou morrer de arrependimento....se não conseguir mudar a minha sina.

Um começo como qualquer outro é começar a escrever para mais alguém que não seja o meu caderninho preto, escondido algures. Que o que escrevo, do menos sapiente, passando pelo ridículo até ao meramente sensato seja algo mais que uns rabiscos enterrados. Ou pelo menos, assim eu o espero.

Cheguei. Mas não cheguei a partir, vamos ver como é que isto corre.

Um abraço para ti. Quem quer que sejas.