domingo, 15 de junho de 2008

Ter unhas?

Na vida de um estudante de Medicina, as unhas são das coisas mais engraçadas de que me posso lembrar. Desde cedo, começamos a ter a percepção que aquelas coisas rosadas (ou até multicolor, dependendo dos gostos) falam connosco. As linhas, as manchas, as curvaturas, as cores contam uma história - um registo das indiscrições do nosso organismo aquando de dias, meses ou anos menos bons. Acho-lhes piada. Se nos lembrarmos que o arranjo das unhas e mãos consta e constou das características sexuais com mais je ne sais quoi (!!!!), começamos a jogar com aquela velha associação entre atracção sexual e selecção de parceiro pela sua saúde e consequente capacidade de dar um bom contributo genético à próxima geração.

Além disto, mais piada tem ainda a malta que toca guitarra e é estudante de Medicina. Contextualizando, das primeiras coisas que ouvi em Semiótica foi: "tenham as unhas cortadas, é para palpar , não para arranhar e não se fazem colheitas de sangue com as unhas". :-) Para além do "pormenor" do bem-estar dos pacientes, aparecem outras situações bem mais constrangedoras. Passados uns aninhos, em cirurgia, o meu assistente repete a lengalenga mas com pormenores mais sórdidos - "e o toque rectal? Vão andar a fazê-lo com unhas afiadinhas?". Seguiu-se a descrição do incidente previsível que curiosamente já tinha sucedido com a personagem em questão. Não há nada como errar através da experiência dos outros - já me livrei de uma tarde em frente à bacia a esfregar vigorosamente o meu indicador com escova e lixívia.

E quem toca guitarra? Que pense bem na expressão"ter unhas" !

1 comentário:

Anónimo disse...

...quem toca guitarra tem a hipótese de usar unhas de plástico as quais são aplicadas sob as unhas 'normais' e funcionam como extensões das mesmas ;-)

...o som não é tão bom, mas sempre se evita que o utente fique a olhar para o prestador de serviços de saúde/guitarrista de forma esquisita :-P